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Centro histórico do Porto visto de Vila Nova de Gaia - Foto: Harshil Shah (Licença-cc-by-sa-2.0)
Centro histórico do Porto visto de Vila Nova de Gaia - Foto: Harshil Shah (Licença-cc-by-sa-2.0)

Desde os fins da Idade do Bronze que o espaço hoje ocupado pela cidade do Porto tem sido quase ininterruptamente povoado. Ao longo deste tempo, e muito particularmente nos últimos mil anos, este pequeno pedaço de território e as suas gentes tiveram um papel primordial e único na história de Portugal. Daqui Portugal foi buscar o nome. Daqui se saiu para conquistar Lisboa aos mouros. Aqui o português João e a inglesa Filipa contraíram matrimónio e nasceu o Infante, patrono dos descobrimentos. Aqui se doou a carne e se comeram as rezes para que o império se fizesse. Daqui se exportou o generoso vinho que tornou a cidade mundialmente famosa. Por entre trincheiras e paliçadas, aqui se defendeu a liberdade do liberalismo contra a tirania miguelista, se ganhou o coração do rei-imperador e o título de Invicta. Aqui se morreu pela implantação do regime republicano, no 31 de Janeiro.

O morro da Pena Ventosa (literalmente monte dos vendavais) é uma saliência granítica coroada por uma plataforma de cotas máximas na ordem dos 78 m, rodeada de vertentes de acentuado declive que descem para o rio Douro e para o pequeno rio da Vila. Estas características da topografia e da hidrografia constituíam boas condições defensivas e foram decisivas para que o alto da Pena Ventosa tivesse sido o sítio original da urbe portuense, primeiramente chamada Cale e, depois, Portus Cale e Portucale. Durante as décadas de 1980 e de 1990, as investigações arqueológicas realizadas nas traseiras da Sé, nomeadamente na Casa da Rua de D. Hugo n.° 5, permitiram identificar um perfil estratigráfico que ilustra a evolução do núcleo primitivo da cidade. Destes estudos concluiu-se ter havido uma ocupação quase contínua do local desde os finais da Idade do Bronze.

Ao longo do século XIV o Porto teve uma grande expansão do povoamento ao longo da margem ribeirinha do Douro, reflectindo a crescente importância das actividades comerciais e marítimas. A cidade sente, assim, necessidade de um espaço amuralhado mais vasto que o da Cerca Velha. Os primeiros a apresentarem essa reivindicação foram burgueses com casas e negócios extramuros e portanto menos protegidos. Em meados desse século, ainda no tempo de D. Afonso IV, começou a ser construída uma nova cintura de muralhas que ficou praticamente concluída por volta de 1370. Esta Cerca Nova ou Muralha Gótica tem sido correntemente designada por Muralha Fernandina porque, apesar de iniciada com D. Afonso IV, o seu grande impulsionador, só ficou concluída no reinado de D. Fernando. O Foral Novo de D. Manuel I, concedendo privilégios à cidade do Porto e datado de 1517, inicia um período de crescente desenvolvimento económico e urbano.

A partir de 1521, por iniciativa do rei, começou a ser aberta, através das hortas do bispo e do cabido e em terrenos da Misericórdia, a Rua de Santa Catarina das Flores, actual Rua das Flores. Construída para enobrecer a cidade, tornou-se elegante, aristocrática e ainda de importante actividade comercial. Ligando o Largo de São Domingos ao Convento de São Bento da Avé-Maria, permitia um acesso directo entre dois pólos citadinos de grande movimento, a Ribeira e a Porta de Carros. Este novo eixo de circulação vai ser vital para a progressiva urbanização da margem direita do rio da Vila. Por meados do século XVI construiu-se uma ponte de pedra para atravessar este rio, substituindo uma anterior de madeira, o que permitiu a ligação da nova Rua de Santa Catarina das Flores à Rua da Bainharia e deu origem ao desenvolvimento da Rua da Ponte Nova. No rio da Vila, um pouco mais para jusante, havia uma outra ponte mais antiga, a de São Domingos.

Até meados do século XVIII a vida urbana portuense ficou quase confinada aos limites da Muralha Gótica estendendo-se ainda ao longo das vias de ligação aos pequenos núcleos das paróquias rurais e dos centros piscatórios da margem do Douro. A segunda metade do século XVIII traz novas transformações urbanísticas e arquitectónicas que irão alterar profundamente o aspecto da cidade. Foram factores decisivos para o desencadear desta nova fase o crescimento rápido da população citadina, uma conjuntura económica favorável ligada à actividade mercantil, nomeadamente ao comércio e à exportação do vinho do Porto como resultado da crescente importância da produção vinícola e da criação da Companhia da Agricultura do Alto Douro, e ainda a nomeação de João de Almada e Melo como comandante militar. A data de 1763 representa o início do funcionamento da Junta de Obras Públicas, presidida por João de Almada, que incluía membros da Câmara apoiados por engenheiros militares e, mais tarde, por arquitectos encarregados dos trabalhos. A direcção do desenvolvimento urbanístico da cidade centralizou-se assim num único departamento que funcionou até 1804.

Fonte: Wikipédia

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