Praia do Morcego- Foto: Eduardo Marquetti (Licença-cc-by-sa-3.0) |
As terras do litoral catarinense estavam compreendidas, até Laguna, no Sul, dentro do território pertencente a Portugal, nos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. Quando da divisão do Brasil colonial em capitanias hereditárias, em 1532, as terras catarinenses ficaram incluídas na Capitania de Sant’Ana, doada a Pero Lopes de Souza. A ocupação portuguesa e a colonização destas terras, a partir do século XVII, deveram-se principalmente ao interesse da Coroa lusitana na exploração de possíveis minas de ouro e à disputa com Espanha, que entendia lhe pertencerem as terras catarinenses. Durante o século XVII, os paulistas fundaram os primeiros núcleos populacionais do litoral de Santa Catarina: São Francisco do Sul (1672), e Laguna (1684).
Já a partir do século XVII, diversas recomendações foram feitas ao governo colonial no sentido de se promover a colonização das terras do Vale do Itajaí, consideradas férteis e estratégicas para a fundação de colônias. No entanto, tais recomendações não foram levadas em conta. A ocupação das terras do Itajaí pelo homem branco se daria pela iniciativa particular de João Dias de Arzão, companheiro do fundador de São Francisco do Sul em 1658. João Dias de Arzão era paulista e sua família, há tempo, procurava minas de ouro e outros metais preciosos pelo interior do Brasil.
Naquele ano, ele requereu e obteve uma sesmaria, que vem a ser um lote colonial, às margens do rio Itajaí-Açu, em frente à foz do rio Itajaí-Mirim e ali construiu moradia. Não tinha ele, porém, intenção de fundar uma povoa, nem empreendeu meios para tal. Seu interesse maior era a cata de ouro, no que afinal não teve sucesso. Quando os primeiros colonizadores vieram se fixar nas terras junto à Foz do rio Itajaí-Açu, os indígenas ainda faziam frente à ocupação das mesmas terras que, pouco a pouco, lhes foram tomadas. Estes índios eram os Botocudos ou Caigangues, do grupo Tapuia (hoje conhecidos por Xokleng). Os Carijós, que moravam à beira-mar, já estavam praticamente extintos naquela época. Nas pesquisas arqueológicas sobre populações pré-coloniais, encontraram-se, em Itajaí, dois Sambaquis (sítios arqueológicos).
O primeiro ficava em Balneário de Cabeçudas, descoberto em dezembro de 1970, sendo encontrado acidentalmente. O segundo sítio, também descoberto acidentalmente em 1988, encontrava-se em Itaipava. Os esqueletos removidos de Cabeçudas foram transferidos para Florianópolis e para a Santur, em Bal. Camboriú. Da antiga presença dos índios em nossas terras hoje só nos resta sua lembrança nos nomes de alguns lugares do Município: Canhanduba, Itaipava, Ariribá, Guaraponga e Itajaí, bem como o nome de alguns clubes, como no caso a Sociedade Guarani e o Grupo de Bolão Tapuia.
Fonte: Ascom Prefeitura de Itajaí