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Avenida Nevski durante o natal - Foto: Alexander Savin (Licença-cc-by-sa-2-0) |
Em 1611, exploradores suecos construíram Nyenskans, um forte às margens do rio Neva, na terra da Íngria, habitada por um grupo de fínicos. Uma pequena cidade chamada Nyen cresceria naquele local. O czar Pedro I, o Grande era um grande interessado pela marinha, e aspirava pela construção de um novo porto para o Império Russo, já que a principal cidade portuária do país, Archangelsk, localizava-se no mar Branco, que era bloqueado para navegação durante os meses de inverno rigoroso. Em 12 de maio de 1703, durante a Grande Guerra do Norte, Pedro capturou a cidade de Nyenskans das mãos dos suecos. Em 27 de maio de 1703, próximo do estuário da ilha de Hare, o czar estabeleceu o Forte de Pedro e Paulo, que daria início à construção da cidade.
A cidade seria então construída por camponeses de toda a Rússia, junto de alguns prisioneiros de guerra suecos, que também envolveram-se na construção, todos sob a supervisão de Alexandre Menchikov. Dezenas de milhares de servos morreram durante a construção da cidade, que mais tarde se tornaria o centro de uma nova província. Pedro então transferiu a capital de Moscou para uma São Petersburgo ainda não concluída no ano de 1712, nove anos antes do Tratado de Nystad que daria um fim à guerra. Ele referia-se a São Petersburgo como a capital desde 1704. Em seus primeiros anos, a cidade desenvolveu-se em torno da Praça da Trindade na margem oeste do Neva, próximo ao forte. No entanto, São Petersburgo logo começou a ser construída de acordo com o plano. Em 1716, Domenico Trezzini elaborou um projeto no qual o centro da cidade localizar-se-ia na Ilha de Vassiliev e seria moldada por uma cadeia retangular de canais. O projeto não foi completado, e o fracasso da ideia ainda é visível nos formatos das vias. Em 1716, Pedro apontaria Jean-Baptiste Alexandre Le Blond como o arquiteto-chefe da cidade.
O estilo Barroco, desenvolvido por Trezzini e outros arquitetos são explícitos em construções como o Palácio de Menchikov, o Kunstkamera e a Catedral de Pedro e Paulo, que tornaram-se prédios proeminentes no início do século XVIII. Em 1724, a Academia de Ciências, a Universidade nacional e um Ginásio Acadêmico foram inaugurados na cidade pelo czar que a fundara. Em 1725, Pedro morreria, sete anos após filho, deixando o trono ao seu neto Pedro II, que transferiu a capital novamente para Moscou, pressionado pela nobreza que se opunha aos ideais de modernizações característicos de Pedro I. Com a ascensão da czarina Ana, em 1732, São Petersburgo mais uma vez viria a se tornar a capital russa. Por mais 186 anos, a cidade permaneceria como o trono da família Romanov e a sede da corte do Império Russo, até a Revolução de 1917.
Apesar da Rússia, na época, ser um dos países mais poderosos do mundo em termos militares, apenas uma fina parte da população, os nobres, tinham boas condições de vida. Os camponeses eram terrivelmente pobres e trabalhavam de sol-a-sol os seus terrenos sem poder possuí-los. As sucessivas derrotas em várias guerras e batalhas durante a Primeira Guerra Mundial e o descontentamento geral da população fizeram com que a economia interna começasse a deteriorar-se. Nesta ocasião, emergem com força os Sovietes e o Partido Operário Social-Democrata Russo, fundado em 1898, e posteriormente dividido entre os mencheviques e os bolcheviques, dois termos análogos a minoria (меньше) e maioria (больше), em russo.
Este quadro político-social foi profundamente alterado pela deflagração da Primeira Guerra Mundial. A Revolução de Fevereiro de 1917 caracterizou a primeira fase da Revolução Russa. A consequência imediata foi a abdicação do czar Nicolau II. Ela ocorreu como resultado da insatisfação popular com a autocracia czarista e com a participação negativa do país na Primeira Guerra Mundial. Ela levou à transferência de poder do czar para um regime republicano, surgido da aliança entre liberais e socialistas que pretendiam conduzir reformas políticas.
Fonte: Wikipédia