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Bailes Pastoris

Pastorinhas de Irará - Foto: Vinícius Gomes
Pastorinhas de Irará - Foto: Vinícius Gomes

Crença popular com performance dramátic, característica da região e originário, possívelmente das festas e cantos dos pastores da idade média.

As melodias dos bailes pastoris foram, a princípio, adaptadas de músicas religiosas e, com a evolução, passaram a ser utilizadas músicas profanas, cantadas pelos “pastores” e “pastorinhas”. No Brasil, foram introduzidos pelos jesuítas, no final do século XVI.

Os personagens são distribuídos em dois cordões: o azul e o encarnado, cores votivas de Nossa Senhora e Jesus Cristo. Entre eles, os mais conhecidos são: mestre, contramestre, Diana, belo anjo, o velho (figura cômica), o zagal, estrela do norte, cruzeiro do sul e outros, que aparecem ocasionalmente, por influência local ou reminiscências avivadas. Não faltam, também, nessas encenações, a representação de figuras, loas ao público e a despedida final, tudo cantado e dançado.

Os bailes pastoris se realizam depois da Missa do Galo, compreendem as pastoras, (ou pastorinhas), o terno e o rancho. São grupos caracteristicamente vestidos que desfilam pelas ruas e visitam casas, onde cantam e dançam em homenagem ao nascimento do Menino Jesus, durante as Festas Jesuínas. Estas comemorações propagaram-se por todo o Brasil, especialmente no Nordeste.

Indumentária: Característica das personagens.

Instrumentos musicais: ganzá, cavaquinho, violão, flauta, viola, trombone, etc.

Coreografia:
Pastoras ou Pastorinhas: São blocos compostos de mulheres, e às vezes também de homens.  Formam dois ranchos ou cordões que recebem o nome conforme a cor das vestimentas - no Nordeste cordão azul e cordão encarnado. São rivais e desfilam pelas ruas até se encontrarem em determinado local, onde ambos cantam e dançam, fazendo exibições em disputa da primazia. O julgamento é feito pelo povo, e a vitória cabe ao que for mais aplaudido.

As pastoras levam pandeiros enfeitados de fitas, que tocam em acompanhamento marcando o ritmo e o compasso.  Conduzem, também, lanternas de papel acesas. Outras vezes, usam chapéus floridos, trazendo cestinhas com frutas e flores, que simbolizam oferendas ao Menino Jesus. As personagens são anjos, borboletas, a mestra, a contra-mestra, a diana e o velho. Marcham pelas ruas e param em certos pontos onde cantam e dançam. Na Bahia são chamadas terno ou rancho.

Terno: O terno é composto de pastores e pastoras, uniformizados de branco ou de qualquer outra cor. Apresentam-se de maneira mais aprimorada e vestem-se com mais elegância do que o pessoal do rancho. Os músicos vão na frente. Os participantes formam pares. Os homens conduzem pandeiros e uma flecha com uma lanterna acesa na ponta. As mulheres levam castanholas. Tocam quadrilhas, valsas e polcas, e dançam até o raiar do dia.

Rancho: Tem como característica principal o gosto pelas vestimentas vistosas e variadas. E esta variedade, precisamente, que empresta ao rancho o seu sabor especial, seu fausto, seu esplendor, realçado pela estonteante mistura de cores dos trajes profusamente adornados de lantejoulas e pedrarias. Distingue-se das pastoras e do terno sobretudo por apresentar baliza e porta-estandarte. Exige também um mestre-sala e uma ou duas figuras que dão o nome ao estandarte.  Antigamente, eram o burrinho e o boi do presépio; com o tempo surgiram outras figuras de bichos, sereias, astros e plantas.

A dança do rancho consiste numa luta entre o animal – símbolo totêmico do rancho – e o seu guia, que será caçador no caso da onça; pescador quando o símbolo for peixe. Trata-se, pois de uma pantomima totêmica, o que demonstra a influência indígena.
A dança terminada, o rancho some na escuridão da noite à luz rubra dos archotes fumegantes.

 
 
Onde assistir: Prado, Canavieiras, Porto Seguro e Salvador

Pastorinhas de Jequié - Foto: Ronaldo Silva-Secult
Pastorinhas de Jequié - Foto: Ronaldo Silva-Secult
Pastorinhas de Irará - Foto: Vinícius Gomes
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