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Ecoturismo em Juazeiro

Rio São Francisco (Juazeiro-Ba) Foto: Eduardo Pelosi-Setur-Ba
Rio São Francisco (Juazeiro-Ba) Foto: Eduardo Pelosi-Setur-Ba

Trilhas na Serra
A revelação da existência de pinturas rupestres na extremidade norte das serras que integram o sistema da Chapada Diamantina, onde ficam os municípios de Juazeiro, Sobradinho, Campo Formoso e Sento Sé - noroeste do Estado - tem motivado o desenvolvimento do ecoturismo na região e gerou um movimento intermunicipal em torno da criação de um Parque Nacional - somente em Juazeiro deverá se estender por uma área de 100 hectares - visando à preservação ambiental e dos sítios arqueológicos.

O ecologista e representante do IBAMA junto à prefeitura de Juazeiro, Antonio Cursino Neto, explica que as pinturas rupestres existentes entre as Serras da Cruz e do Mulato, em Juazeiro, foram descobertas em 1989 por um grupo de estudantes e mantidas em segredo até então, visando à preservação para estudos científicos. 'Estes desenhos formam painéis em seqüência, numa espécie de história em quadrinhos em um 'canyon' com mais de três quilômetros de extensão. À proporção que avançam para dentro do vale, evoluem e tomam formas diferentes'.

A comunidade estudantil de Juazeiro, ecologistas e representantes da Upagro - Unidade de Planejamento Agropecuário, entidade local mantida pela Visão Mundial, uma organização não governamental com sede na Inglaterra - são pioneiros na organização de incursões e caminhadas por trilhas nas serras. Estes passeios só são recomendados para quem realmente gosta de aventura e tem consciência ecológica.

É preciso lembrar de levar água mineral e um lanche leve, pois qualquer uma dessas investidas entre caatinga e cerrado não dura menos que um dia. As roupas devem ser leves e o calçado confortável, tipo tênis ou botas. Mesmo bem informado, é preciso contratar o serviço de um guia nativo, facilmente encontrado entre os criadores de cabra da região.

Serra do Mulato
Azulada e de perfil entrecortado, é o ponto de partida para uma série de aventuras. Uma clareira no Olho D´Água das Fruteiras, onde há mangueiras centenárias, pés de fruta-pão, jaca, juá, pinha e umbu, é o local perfeito para acampar em um final de semana prolongado. Fica a uma distância de 50 quilômetros de Juazeiro, pela BA-210, que liga os municípios de Juazeiro e Sobradinho. Na altura do quilômetro 22 há uma entrada à esquerda na direção do distrito de Junco, em estrada carroçável.

Chega-se de carro até este acampamento ao pé da serra e, daí por diante, começa a caminhada. A subida é íngreme e pedregosa, a parte mais difícil da trilha de 2,5 Km, que leva até o primeiro painel de pinturas de uma tribo ainda não identificada. À medida que se sobe a serra, a paisagem se descortina, há uma explosão de cores, cheiros e sons. Depois da chuva, a vegetação está verde e desabrocha em mil tons. O cheiro da terra molhada se mistura ao das folhas de malva, alecrim e umburana de cheiro. O guia aponta para o buraco de um tatu que acabou de se esconder e pede silêncio para distinguir o canto de pássaros como cancão de fogo, sofrê e sabiá da terra.

A entrada do 'canyon' é deslumbrante e dá uma idéia do que é a biodiversidade local. Altas muralhas de pedras, construídas pacientemente pela natureza, compõem o cenário. A vegetação é um misto de caatinga e cerrado, densa por estar em cadeia de montanhas, clima e solo propício, e exposta a considerável precipitação pluviométrica. O ecologista Cursino Neto informa que a região é habitada por aves e animais raros, inclusive espécies em extinção como o tamanduá-bandeira, urubu-rei e o gavião-chileno, além do gato-marisco e muitos outros felinos.

Ele continua explicando que a área onde, acredita-se, os autores das pinturas tenham vivido, é toda cercada por muralhas de pedras, construídas pelos próprios índios, que se instalavam sempre perto de olhos d´água dentro do vale, em meio aos chapadões.

Depois de atravessar a entrada do 'canyon' e transpor riachos entre cactus e mandacarus, surgem os paredões de rocha, com seus desenhos classificados como do tipo caatinga, mas que bem poderiam estar entre modernos quadros de pintura abstrata. O cenário é mais que perfeito. Um olho d´água brota entre pedras formando uma cascata em meio a uma vegetação densa, compondo um cinturão verde como a proteger as pinturas rupestres.

Vale do Rio Salitre
Pelo menos três passeios ecológicos neste afluente do Rio São Francisco são obrigatórios para os amantes da natureza. As cachoeiras do Salitre, da Gameleira e a Gruta do Convento oferecem prazeres inusitados que merecem ser desfrutados em pelo menos um dia inteiro.O roteiro deve começar cedo, pela mesma rodovia na BA-210 que liga Juazeiro a Sobradinho, até o distrito de Junco, em estrada carroçável, em bom estado de conservação. A primeira parada é na Fazenda Félix, onde está a Cachoeira do Salitre, um salto de aproximadamente dois metros de altura, entre pedras, formando um lago raso, excelente para banho, inclusive de crianças.

A Cachoeira do Salitre é formada pelo rio do mesmo nome e fica a cerca de 39 quilômetros de Juazeiro. Seguindo a mesma estrada, depois das localidades de Juá e Goiabeira, a 68 quilômetros de Juazeiro, fica a Passagem do Sargento. Entre a vegetação fechada da caatinga está escondida a deslumbrante Cachoeira da Gameleira, também formada pelo Rio Salitre. A queda d´água escorre entre um 'canyon', em um cenário paradisíaco, onde predomina uma enorme gameleira, cujas raízes se espalham por sobre um lajedo, fazendo sombra em parte da cachoeira. O lago que se forma a seguir é fundo e permite saltos, do alto de uma ponta do 'canyon', a uma altura aproximada de cinco metros.

Rio São Francisco (Juazeiro-Ba) Foto: Eduardo Pelosi-Setur-Ba
Rio São Francisco (Juazeiro-Ba) Foto: Eduardo Pelosi-Setur-Ba
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