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Boi-bumbá do Pavulagem  - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem
Boi-bumbá do Pavulagem - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem

No início, eles davam voltas pela Praça da República, o mais democrático espaço de Belém. Entoavam e cantavam o 'boi-bumbá'. Sempre na quadra junina. Ao longo dos anos, o número de simpatizantes aumentou. Tudo isso começou há 13 anos. Hoje, já com dois CDs gravados, o Arraial do Pavulagem é um dos grupos mais famosos do Estado.

O tempo passou e apenas Ronaldo Silva permanece como membro do grupo original, que começou a mudar a partir do segundo ano de existência. Atualmente é composto, além de Ronaldo, pelos primeiros Tony e Júnior Soares, o chamado tripé músico-intelectual do Arraial do Pavulagem. Em seguida, os músicos Chico Henrique (bateria), Marcelo Piruel (guitarra), Calibre (contrabaixo), Edgar Júnior, Ginja e Nazareno Silva (percussão). Também há contribuição inestimável do Max, o coreógrafo, que ensina os primeiros passos do boi-bumbá, para delírio das 'pavuletes'.

Quando decidiram fazer o boi na rua _ ou seja, fora da Praça da República _, o grupo foi beber na fonte do Boi Malhadinho Mirim do Guamá. A intenção era uma parceria com um boi tradicional e ao mesmo tempo investir nas crianças. Naquela época, mais do que hoje, o folclore não estava em alta entre os jovens. Por isso, nesse caso, a palavra 'resgate' é inevitável. E o plano deu resultado. Os integrantes do Arraial do Pavulagem dizem que muitas crianças que há 13 anos brincavam o boi hoje engrossam as fileiras do arrastão promovido pelos músicos. E uma nova geração está vindo aí. Conhecendo o 'sotaque instrumental' da batida do 'boi-bumbá' (paraense), diferente do 'bumba-meu boi' (maranhense).

Os fãs do Arraial do Pavulagem não precisam, felizmente, esperar pela quadra junina para ver os ídolos. Durante a quadra nazarena, eles promovem o Arrastão do Círio, que sai da Igreja da Sé à Praça do Carmo, após a Romaria Fluvial. O santo e o profano sempre andaram mesmo de mãos dadas nas festas folclóricas paraenses.

Todos os anos, no segundo domingo de Junho sai um barco da Praça Princesa Isabel, no bairro do Condor (Belém), transportando o Boi Pavulagem com vários convidados, juntamente com o mastro de São João com destino à escadinha do cais na Praça Pedro Teixeira. De lá seguem até a Praça da República onde o mastro é fincando, e permanece por lá até o final da quadra junina, quando ocorre a derrubada do mesmo.

O carimbó, o siriá e as toadas de boi são os ritmos que dão o tom ao arrastão do mês, para resgatar a essência da cultura paraense e festejar a quadra junina. Hoje essa grande festa da tradição popular chega a reunir em um único domingo mais de trinta mil pessoas, entre participantes e visitantes, que aderem ao cortejo pela Avenida Presidente Vargas desde a escadinha da Estação das Docas. A grande apoteose do arrastão acontece com a cerimônia dos mastros de São João e show da banda Arraial do Pavulagem, em um palco na praça.

Santos da época, cavalinhos e os já conhecidos 'cabeções', como também, adereços juninos e bandeirolas fazem parte dos grupos do arrastão, valorizando ainda mais os ritmos da terra e a cultura amazônica.

 

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Boi-bumbá do Pavulagem  - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem
Boi-bumbá do Pavulagem - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem
Musicos do Arraial do Pavulagem - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem
Musicos do Arraial do Pavulagem - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem
Festa Arraial da Puvelagem - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem
Festa Arraial da Puvelagem - Foto: Divulgação - Instituto Arraial da Puvelagem
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