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Reisado Santo Antonio - Foto: Cesar de Oliveira |
O Reisado, de origem ibérica, se instalou em Sergipe no período colonial. É uma dança do período natalino em comemoração do nascimento do menino Jesus e em homenagem dos Reis Magos. Antigamente era dançado às vésperas do Dia de Reis, estendendo-se até fevereiro para o ritual do “enterro do boi”. Atualmente, o Reisado é dançado, também, em outros eventos e em qualquer época do ano.
A cantoria começa com o deslocamento do grupo para um local previamente determinado, onde é cantado “O Benedito”, em louvor a Deus, para que a brincadeira seja abençoada e autorizada. A partir daí, começam as “jornadas”. O enredo é formado pelos mais diversos motivos: amor, guerra, religião, história local, etc., apresentado em tom satírico e humorístico, originando um clima de brincadeira.
O Reisado é formado por dois cordões que disputam a simpatia da platéia e são liderados pelas personagens centrais: o “Caboclo” ou “Mateus” e a “Dona Deusa” ou “Dona do Baile”. Também se destaca a figura do “Boi”, cuja aparição representa o ponto alto da dança. Os instrumentos que acompanham o grupo são violão, sanfona, pandeiro, zabumba, triângulo e ganzá. O Reisado tem como característica o uso de trajes de cores fortes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e espelhinhos.
O Reisado de Sergipe, enraizado na tradição ibérica, encontrou solo fértil no estado durante o período colonial, consolidando-se como uma manifestação cultural única. Além de suas raízes natalinas em celebração ao nascimento de Jesus e à homenagem aos Reis Magos, o Reisado de Sergipe carrega consigo elementos que refletem a riqueza histórica e cultural da região. Essa tradição, inicialmente associada às festividades do Dia de Reis, expandiu suas apresentações ao longo do ano, permeando outros eventos e ocasiões.
O início do Reisado é marcado não apenas pelo deslocamento do grupo para um local específico, mas também por uma rica tradição musical. 'O Benedito' não apenas é entoado em louvor a Deus, mas também serve como uma espécie de invocação, buscando bênçãos divinas para a performance que se seguirá. As 'jornadas' que se desdobram apresentam enredos multifacetados, abordando não apenas temas universais como amor e guerra, mas também explorando aspectos específicos da religião, história local e tradições, tudo permeado por uma atmosfera de sátira e humor.
A dinâmica do Reisado se desenha através dos dois cordões que competem pela simpatia da plateia, liderados por figuras centrais como o 'Caboclo' ou 'Mateus' e a 'Dona Deusa' ou 'Dona do Baile'. Contudo, a presença marcante do 'Boi' não apenas simboliza um ponto alto da dança, mas também incorpora elementos mitológicos e culturais locais, conferindo uma camada adicional de significado à performance. Os instrumentos musicais, que acompanham o grupo, como violão, sanfona, pandeiro, zabumba, triângulo e ganzá, contribuem para criar uma trilha sonora única que ressoa com a identidade cultural do Reisado.
Outro aspecto distintivo é o traje utilizado, caracterizado pelo uso de cores vibrantes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e espelhinhos. Esses trajes não são apenas ornamentos festivos; eles carregam consigo símbolos e padrões que refletem a riqueza simbólica e a identidade cultural única do Reisado de Sergipe. Essa expressão artística, ao longo dos anos, tornou-se um espelho não apenas das tradições passadas, mas também da capacidade de adaptação e evolução, consolidando-se como um patrimônio cultural vivo e dinâmico.
O Reisado de Sergipe não apenas celebra tradições antigas, mas também demonstra uma notável capacidade de adaptação e evolução. Ao expandir suas apresentações para além das festividades tradicionais, essa expressão cultural tornou-se um patrimônio dinâmico, capaz de se reinventar e transmitir valores culturais em diversas ocasiões ao longo do ano. O Reisado, assim, não apenas preserva as raízes do passado, mas também floresce como uma manifestação viva da identidade cultural de Sergipe e do Brasil como um todo.