Entrada do Vale dos Dinossauros - Foto: Marcos Elias de Oliveira Junior (Licença-Dominio publico) |
O desbravamento dos sertões XVI e XVII foi gradativo exigindo dos exploradores sertanistas empreenderem um grande esforço para dominar terras menos conhecidas e mais distante do litoral. Um deles, o sertanista sargento Mor Antonio José da Cunha em 1961, descobriu um riacho denominado “Peixe” habitado pela nação indígena Icó Pequeno. Em 1708, José da Cunha pleiteou uma sesmaria sendo atendido pelo então Governador João da Maia da Gama para, posteriormente, outros sertanistas ali se instalarem com suas fazendas. Coube ao franciscano Frei João de Matos Serra, nos idos dos anos de 1700, aldear os índios sobreviventes dando os primeiros para a organização da futura Vila.
Em 1723, chegaram os sacerdotes Francisco e Teodósio de Oliveira Ledo passaram o território para a Casa da Torre da Bahia, se tornaram senhores dos vales constituídos pelos rios do Peixe e Piranhas. O processo de habitação aconteceu vagarosamente com os moradores das ribeiras dos rios do peixe e Piranhas e dos paulistas que iam chegando para situarem suas fazendas com rebanhos e agricultura. Já nessa época, o lugarejo contava com uma população de 780 habitantes.
A fertilidade atraiu moradores interessados no cultivo das terras. Nesta região, Bento Freire de Sousa e José Gomes de Sá também situaram as suas fazendas. Assim, o povoado desenvolvia-se e, em 1730, contava com 1.468 habitantes, segundo informações do Cabido de Olinda. Esse crescimento chamou atenção de Bento Freire que, residindo na Fazenda Jardim, tomou a iniciativa de organizar um povoado. Bento Freire pleiteou uma concessão, deslocando-se à Bahia afim de obter da Casa da Torre a doação da sesmaria cujas terras seriam patrimônio de Nossa Senhora dos Remédios. Conquistado pleito, coube a Bento Freire erguer, entre 1730 e 1732, a primeira capela em louvor a Nossa Senhora dos Remédios – atual Igreja do Rosário dos Pretos. Bento Freire tornara-se o primeiro administrador do patrimônio da “Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios do Jardim do Rio do Peixe” elevando-o a povoado.
As terras do antigo Jardim do Rio do Peixe pertenciam ao coronel Francisco Dias D’Ávila e sua mãe D. Inácia D’ Araújo Pereira, família fidalga da Casa da Torre da Bahia, que as doaram ao patrimônio de Nossa Senhora dos Remédios em 1740 por solicitação de Bento Freire. Porém, o processo estendeu-se até 1756 com muitas idas e vindas de Bento Freire à Bahia quando, finalmente em 1760, obteve a sentença que legalizou, em definitivo, a constituição do patrimônio de Nossa Senhora dos Remédios. Bento Freire administrou o Patrimônio até 1765, coroando com sucesso um esforço de quase meio século de luta para erguer o que viria a ser o Município de Sousa.
O povoado do Jardim do Rio do Peixe, nome primeiro do habitat, foi elevado a categoria de Vila por decisão do Reino, expressa por força de autoridade da Carta-Régia de 22 de julho de 1766. Mesmo ostentando a condição de distrito, permaneceu o povoado com seu nome primitivo. 1784, a Matriz de Nossa Senhora dos Remédios foi desmembrada da Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pombal. No dia 04 de junho de 1800 o Ouvidor Geral José da Silva Coutinho instala, oficialmente, a Vila Nova de Sousa através de Resolução do então Governador de Pernambuco, datada de 26 de março de 1800 após pleito da comunidade através de requerimento encabeçado por Patrício José de Almeida, Matias de Figueiredo Rocha e Pe. Manoel Vieira da Silva. Um dia antes, o Capitão Alexandre Pereira de Sousa fez uma doação de terras para o patrimônio do crescente povoado. Foi através da Lei Provincial de n° 28, de 10 de julho de 1854 que a Vila de Sousa foi elevada a categoria de cidade passando, na oportunidade, a denominar-se Sousa, conhecida hoje por ‘Cidade Sorriso”.