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História de Porto Alegre
Antiga Prefeitura Municipal de Porto Alegre - Foto: Ricardo André Frantz (Licença-cc-by-sa-3.0)
Antiga Prefeitura Municipal de Porto Alegre - Foto: Ricardo André Frantz (Licença-cc-by-sa-3.0)

A história de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no Brasil, inicia oficialmente em 26 de março de 1772, quando o povoado primitivo foi elevado à condição de freguesia, mas na verdade suas origens são mais antigas, tendo nascido em função da colonização da área por estancieiros portugueses desde o século XVII. A região, contudo, foi habitada pelo homem desde 11 mil anos atrás. Ao longo do século XIX iniciou seu crescimento, tendo os portugueses contado com o auxílio de muitos imigrantes europeus de várias origens, mais os escravos africanos e porções de hispânicos do Prata.

Entrando no século XX sua expansão adquiriu um ritmo muito acelerado, num processo que consolidou sua primazia entre todas as cidades do Rio Grande do Sul, e a projetou no cenário nacional. Então se definiram seus traços mais característicos, apenas esboçados no século anterior, muitos dos quais permanecem visíveis até hoje mormente no seu centro histórico.

Início da colonização
Por ocasião do Descobrimento a região onde se ergue Porto Alegre era habitada pelos grupos indígenas Guaranis, Charruas, Minuanos e Tapes. Com o estabelecimento do Tratado de Tordesilhas em 1494, e com a posterior descoberta do Brasil em 1500, cujo território ficava dividido pela linha demarcada pelo Tratado, a região sob domínio português terminava na altura de Laguna, em Santa Catarina, ficando o Rio Grande do Sul sob domínio espanhol.

Contudo, com a União Ibérica, entre 1580 a 1640, estes limites tornaram-se relativamente inócuos. Havendo pouco interesse da metrópole por estas terras, diversos desbravadores portugueses começaram a se estabelecer espontaneamente perto do litoral, e quando Portugal recobrou sua independência, em 1640, já havia muitas estâncias na região, especialmente ao norte da Lagoa dos Patos e junto à desembocadura do rio Jacuí.

Em 1680 os portugueses fundaram no Uruguai a Colônia do Sacramento, hoje cidade de Colônia, e o litoral riograndense passou a ser percorrido intensamente por eles como caminho para abastecimento da colônia e como forma de garantir a posse do território.

Criação da freguesia
A antiga Matriz e o Palácio do Governador, os dois primeiros edifícios importantes da cidade, erguidos a partir da década de 1770. Aquarela de Herrmann Wendroth, c. 1851
Com a queda, em 1763, da então capital da capitania, a vila de Rio Grande, nas mãos dos espanhóis, o governo foi transferido para Viamão, e grande parte da população de Rio Grande refugiou-se no Porto dos Casais, estendendo a área habitada.

Esse povoado primitivo foi elevado a freguesia em 26 de março de 1772, data oficial de fundação da atual capital dos gaúchos, sob o nome de Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, pois a primeira capela da cidade foi dedicada a São Francisco das Chagas. Ainda em 1772 os colonos receberam os títulos de posse de seus lotes e foi separado um quadrilátero de cerca de 141 ha para a formação do núcleo urbano, ocupando toda a área da península.

Seu traçado inicial foi feito pelo cartógrafo Capitão Alexandre José Montanha, na região desapropriada da Sesmaria de Sant'Anna, mas os originais deste traçado nunca foram encontrados. Acompanhando o crescimento da população e em reconhecimento da importância estratégica do porto, o governador Marcelino de Figueiredo transferiu novamente a capital em 1773, que passou de Viamão para Porto Alegre, mas tendo sido mudado seu orago, seu nome passou para Freguesia da Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre.

Século XIX
O alvará de 27 de agosto de 1808 e a Resolução Régia de 7 de outubro de 1809 elevaram a freguesia à categoria de vila, verificando-se a instalação a 11 de dezembro de 1810. Através de alvará de 16 de dezembro de 1812 Porto Alegre tornou-se sede da Capitania de São Pedro do Rio Grande, recém criada, e cabeça da comarca de São Pedro do Rio Grande e Santa Catarina. Em 1814 o novo governador, Dom Diogo de Souza, obteve a concessão de uma grande sesmaria ao norte, com o fim expresso de estimular a agricultura local.

Com o crescimento de cidades próximas como Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha, e em vista de sua privilegiada situação geográfica, na confluência das duas maiores rotas de navegação interna - a do rio Jacuí e a da Lagoa dos Patos - Porto Alegre começava a se tornar o maior centro comercial da Província. A frota permanente que frequentava o porto nesta altura contava com cerca de cem navios, sendo construído um grande trapiche lago adentro para acostamento e aberta uma alfândega.

Também se iniciavam exportações de trigo e charque. Em 1816 se haviam comerciado 400 mil alqueires de trigo para Lisboa, e em 1818 se venderam mais de 120 mil arrobas de charque, produto que logo assumiria a dianteira na economia da Província.

A Revolução Farroupilha
A situação geral da economia da Capitania, entrementes, não andava bem. Segundo Riopardense de Macedo.Em 20 de setembro de 1835, como resultado da insatisfação econômica e política, e culminando uma série desentendimentos com o governo central, irrompeu na cidade uma revolta que acabou por tomar um cunho republicano e separatista, a Revolução Farroupilha. O primeiro combate travou-se na antiga Ponte da Azenha, e no dia seguinte a cidade foi ocupada pelas forças revolucionárias, chefiadas pelos coronéis José Gomes de Vasconcelos Jardim e Onofre Pires.

No dia 25 entrava solenemente na cidade o general Bento Gonçalves, e a Câmara Municipal e a Assembleia Provincial Legislativa deram posse ao novo Presidente, Dr. Marciano Pereira Ribeiro. Porto Alegre esteve sob o domínio revolucionário até 15 de junho de 1836, quando o legalista Major Manoel Marques de Souza, mais tarde Conde de Porto Alegre, conseguiu retomar a cidade.

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