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Além da Denominação de Origem, o café do Cerrado Mineiro apresenta outros certificados que reafirmam o esmero da sua produção. A região é a única do país duplamente certificada, incluindo também o título de Indicação de Procedência.
O café cultivado na região foi o primeiro reconhecido como uma Denominação de Origem no país.
Ele é um dos queridinhos do Brasil, consumido amplamente de manhã para dar aquela energia ou no lanche da tarde ao bater papo com amigos e familiares. O café faz parte da rotina do brasileiro e, não por menos, coloca o país entre as 15 nações que mais consomem a bebida per capita no mundo.
E por estar enraizado na cultura nacional, há diversos tipos cultivados em todos os cantos do Brasil. Dentre esses exemplos de café especial, é impossível não citar o Café do Cerrado Mineiro.
Mas você sabe por que ele é tão relevante e admirado pelos fãs da bebida? Se você ainda não o conhece, não tem problema. Abaixo, explicamos as principais características dessa autêntica delícia brasileira.
O estado de Minas Gerais é o principal produtor de café do país, responsável por cerca de 50% da produção nacional. Diversas regiões do estado se destacam na produção, como o sul de Minas, Chapada de Minas, Mantiqueira de Minas e Matos de Minas.
No entanto, a região do Cerrado Mineiro é a principal referência nesse quesito, respondendo por cerca de 23% de toda a produção estadual. Ela abrange cerca de 200 mil hectares de área cultivada, com 4,5 mil produtores e 55 municípios. No total, ela produz 7 milhões de sacas anuais.
Essa área inclui o Alto Paranaíba, noroeste de Minas e Triângulo Mineiro. A relevância mundial foi alcançada por ser a primeira região reconhecida como uma Denominação de Origem no Brasil.
Mas o que significa isso? No universo dos cafés especiais, origem e identidade são os aspectos utilizados para definir a qualidade do grão. Isso é garantido ao consumidor pela chamada Denominação de Origem, que comprova o vínculo existente entre o produto e o território que ele foi produzido.
Alguns elementos ajudam a explicar porque o café do Cerrado Mineiro é tão especial. Estações climáticas bem definidas e o solo típico são alguns deles, mas o grande diferencial é o saber fazer do produtor, que considera aspectos humanos e culturais da região.
A região cultiva grãos arábica de alta qualidade, que rendem cafés com notas de nozes e caramelo no sabor, corpo moderado a encorpado e sabor adocicado. O aroma é intenso e é perceptível uma acidez levemente cítrica, que ajudam a dar um toque especial à bebida.
Também existem outras exigências que devem ser seguidas pelos cafeicultores para receber o Selo de Origem e Qualidade da região do Cerrado Mineiro. Haver uma sacaria oficial, qualidade mínima de 80 pontos pela SCA (Specialty Coffee Association) e altitude mínima de 800 metros são algumas delas, assim como termo de boas práticas agrícolas e respeito à legislação brasileira.
Além da Denominação de Origem, o café do Cerrado Mineiro apresenta outros certificados que reafirmam o esmero da sua produção. A região é a única do país duplamente certificada, incluindo também o título de Indicação de Procedência.
Esse certificado foi dado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial em 2005. Ele agrega valor ao café ali produzido e dá visibilidade nacional para o produtor. Esse tipo de reconhecimento segue a mesma noção presente nos terroirs franceses de espumantes e vinhos, como Champagne e Bordeaux.
A produção do café da região também conta com a presença de Sistema de Rastreabilidade, Certificado de Origem e Laudo de Qualidade. A Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que agrega 15 cooperativas e associações, é a responsável por atestar a origem e qualidade dos cafés produzidos.
A forma como os produtores fazem o café também é importante, a maioria costuma passar pelo processamento natural, mas há quem prefira o processamento despolpado ou, ainda, o processo cereja descascado. Isso é relevante visto que interfere diretamente no resultado da produção.