Rotas negras - Apresentação com mulhreres negras. Crédito: Equipe Mtur

Rotas negras ganham destaque em Gramado com palestra inspiradora

Gramado, conhecida por seus cenários encantadores e eventos de prestígio, foi palco de um encontro que transcendeu o turismo tradicional. Durante uma palestra recente, o Ministério do Turismo apresentou o programa Rotas negras, uma iniciativa que busca fortalecer o afroturismo no Brasil e promover a igualdade racial dentro do setor. O evento marcou um momento de reflexão e reconhecimento da importância da cultura afro-brasileira na construção da identidade nacional.


O que são as Rotas negras e por que o programa é tão importante

As Rotas negras surgem como uma proposta inovadora dentro das políticas públicas voltadas ao turismo cultural. O programa tem como principal objetivo valorizar territórios e comunidades que preservam e celebram a herança africana no país. Por meio da criação de circuitos turísticos que contam histórias de resistência, fé, culinária e arte, o projeto busca dar visibilidade a um Brasil muitas vezes ausente dos roteiros tradicionais.

Durante a palestra em Gramado, representantes do Ministério do Turismo reforçaram que o afroturismo é mais do que uma tendência: é uma forma de resgatar narrativas, gerar renda e impulsionar o sentimento de pertencimento nas comunidades negras. Segundo dados apresentados, o programa deve mapear dezenas de destinos em todas as regiões brasileiras, criando uma rede de experiências turísticas centradas na ancestralidade e na diversidade cultural.

Para mais detalhes sobre o projeto, o site oficial do Ministério do Turismo apresenta informações atualizadas sobre o desenvolvimento das Rotas negras e outras ações inclusivas no setor.


Gramado como vitrine do afroturismo nacional

O evento em Gramado teve um simbolismo especial. Tradicionalmente reconhecida por atrair visitantes em busca de sua estética europeia, a cidade agora abre espaço para um debate mais amplo sobre turismo representativo e inclusivo. Ao receber a palestra sobre as Rotas negras, Gramado demonstra que há espaço para múltiplas histórias — inclusive aquelas que moldaram o Brasil a partir da contribuição africana.

Além de técnicos do Ministério e lideranças locais, o encontro contou com a presença de empreendedores negros e especialistas em turismo cultural. As falas destacaram a importância de romper estereótipos e fortalecer narrativas positivas sobre a negritude brasileira. “O turismo é uma poderosa ferramenta de transformação social, e as Rotas negras vêm para garantir que todos se vejam representados nesse cenário”, afirmou uma das palestrantes.

Quem visita Gramado já pode perceber iniciativas voltadas à diversidade cultural. Projetos de arte, gastronomia e educação têm incluído expressões afro-brasileiras em suas programações, ampliando o repertório cultural da cidade e inspirando outras regiões do país a seguir o mesmo caminho.


Afroturismo: uma jornada de identidade e pertencimento

Mais do que uma proposta de viagem, o afroturismo representa um reencontro com raízes. Dentro do contexto das Rotas negras, ele propõe experiências que conectam viajantes à história viva das comunidades afrodescendentes, seja por meio de visitas a quilombos, roteiros gastronômicos ou festas populares.

Um bom exemplo está nas rotas culturais do Nordeste, onde tradições afro-brasileiras se manifestam em música, culinária e fé. Em locais como Salvador e Recife, turistas podem mergulhar na ancestralidade africana que deu forma à cultura brasileira. Segundo o portal Visite o Brasil, Salvador é um dos destinos mais procurados por viajantes interessados nesse tipo de experiência, especialmente em períodos de celebrações religiosas e festivais de rua.

Esses roteiros vão além do entretenimento. Eles estimulam o diálogo intercultural, fortalecem o turismo de base comunitária e impulsionam o desenvolvimento sustentável de regiões que, historicamente, foram marginalizadas. Ao conectar o visitante à história afro-brasileira, as Rotas negras se tornam também um convite à empatia e à valorização da diversidade.


Políticas públicas e o futuro do turismo inclusivo no Brasil

A palestra em Gramado reforçou o compromisso do governo em construir políticas de turismo mais representativas. O programa Rotas negras faz parte de uma estratégia nacional de combate ao racismo estrutural e de promoção da igualdade racial. Por meio da valorização da cultura afro-brasileira, o Ministério do Turismo pretende inspirar estados e municípios a adotarem práticas semelhantes, incentivando a formação de novos roteiros e experiências culturais.

De acordo com os organizadores, o próximo passo será ampliar o diálogo com comunidades quilombolas, artistas e gestores locais para definir os primeiros circuitos oficiais do programa. A expectativa é que essas rotas estejam disponíveis em plataformas digitais até o próximo ano, permitindo que turistas planejem viagens conscientes, educativas e transformadoras.

Mais do que um plano de governo, as Rotas negras representam um movimento coletivo de reconhecimento. São um chamado para revisitar o passado, compreender o presente e construir um futuro no qual a cultura afro-brasileira ocupe o lugar de protagonismo que sempre lhe pertenceu.


Conclusão: o turismo como ponte para igualdade e memória

A palestra sobre o programa Rotas negras em Gramado mostrou que o turismo pode ser uma poderosa ferramenta de valorização cultural e social. Ao incluir histórias afro-brasileiras nas rotas turísticas, o Brasil dá um passo importante rumo a um modelo de turismo mais justo, plural e representativo.

Em um país de dimensões continentais e de herança cultural tão diversa, reconhecer e celebrar as contribuições da população negra é também uma forma de fortalecer nossa identidade nacional. As Rotas negras convidam cada viajante a enxergar o Brasil por outros olhos — com respeito, curiosidade e sensibilidade.

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