Ilha da Sogra (Praia do Saco) Foto: Acervo Emsetur |
Em 1575, os jesuítas desembarcaram na Praia do Saco em missão evangelizadora. Mais tarde, em 26 de setembro de 1621, uma carta de sesmaria foi doada a Pedro Homem da Costa e Pedro Alves. Encantado com as extensas matas e os terrenos apropriados para o plantio de cana-de-açúcar, Pedro Homem da Costa construiu, na região de Porto D'Areia, uma fazenda denominada Estância (Estância, em castelhano, significa fazenda de gado e, segundo diziam, Pedro Homem da Costa era originário do México, cuja padroeira é Nossa Senhora de Guadalupe.). Dela originou-se a atual cidade.
Nos começos de século XVIII, Estância já era uma povoação que crescia e prosperava, destacando-se como centro polarizador da economia da região centro-sul de Sergipe Del Rey, escoando através de seu porto, às margens do rio Piauí, grande quantidade de açúcar, coco, cereais e farinha de mandioca, produtos que serviam de suporte para a manutenção de suas casas comerciais e aos estabelecimentos de exportação e importação. Por sua estratégica posição, polarizou a economia da zona centro-sul da província, exercendo no Sul o papel que Laranjeiras desempenhava no Norte. Seu grande movimento portuário, concentrado no Porto D' Areia, onde ancoravam as embarcações - quase todas vindos de Portugal - e estavam situadas as empresas exportadoras e importadoras, possibilitou o rápido desenvolvimento da cidade.
Em 1831 torna-se sede da Vila de Santa Luzia, à qual pertencia, sendo denominada Vila Constitucional de Estância. Em 1848 é elevada à categoria de cidade. Em janeiro de 1860 recebe a visita de Dom Pedro II, que a denominou 'Jardim de Sergipe'. O mexicano Pedro Homem da Costa, foi o verdadeiro fundador da cidade de Estância, chamada de “CIDADE JARDIM”, por Sua Majestade Dom Pedro II, Imperador do Brasil, quando visitou o nosso Estado.
Localizada em um planalto elevado, cortado por dois rios importantes – o Piauí e o Piauitinga, além de outros menores como o Fundo e o Maculanduba, o Biriba, o Cassunguê e o Rosentina, e receber a brisa suave do Oceano Atlântico, o município tem um clima excelente e as suas praias, algumas delas ainda intocadas, são motivos de visita constante de turistas de todo o Nordeste e do Sul do país, destacando-se o Abaís e o Saco, locais agradáveis de veraneio e pesca abundante.
Pedro Homem da Costa e seu concunhado foram agraciados com as terras onde se encontra hoje o território de Estância. A doação foi feita pelo Capitão-Mor da Capitania de Sergipe, João Mendes, em 16 de setembro de 1621, porém, as ditas terras haviam sido adquiridas anteriormente por Diogo de Quadros e Antônio Guedes, os quais não a povoaram nem a colonizaram, razão pela qual perderam o direito da concessão. Tanto Pedro Homem da Costa, como Pedro Alves e João Dias Cardoso, este último sogro dos dois, já ocupava a gleba antes da concessão, com roças e criação de gados.
Quem primeiro desbravou as terras foi Pedro Homem da Costa e nelas edificou uma capela, dedicada a Nossa Senhora de Guadalupe, santa que nos consta, é, também, a Padroeira do México. Entre os mexicanos, Estância é uma propriedade de criação de gado e os seus ocupantes são chamados de estancieiros, daí o nome adotado por Pedro Homem da Costa: ESTÂNCIA.
Durante muito tempo, Estância foi subordinada à Vila de Santa Luzia do Real, atualmente Santa Luzia do Itanhy. Só em abril de 1757, o rei autorizou que realizassem na povoação de Estância 'vereações, audiências, arrematações e outros atos judiciais na alternativa dos juízes ordinários', acontecendo assim, a separação jurídica da Vila de Santa Luzia, então em franca decadência. Em 25 de outubro de 1831, a sede da Vila de Santa Luzia é transferida para Estância. Em 5 de março de 1835, é criada a sua Comarca, e, finalmente, a 4 de maio de 1848, foi elevada a categoria de cidade.
No momento, Estância é uma cidade bonita, cheia de sol e de vida, de saber e de inteligência, berço da cultura e progresso, de religiosidade e amor a terra-berço.