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Estação Ferroviaria Central do Brasil - Foto: Halley Pacheco de Oliveira- (Licença cc-by-sa-3.0) |
Principais Praças Históricas da Cidade do Rio de Janeiro
Em virtude da sua importância histórica para o Brasil, a cidade do Rio tem praças de grande atrativo turístico. Muitas delas com monumentos comemorando a nossa história que nos faz retornar a episódios marcantes da história do Brasil-Colônia, Império e República, ocorridos entre 1500-1985.
Praça do Russel
Servida pela Estação do Metrô Glória, linhas 1-General Osório/Ipanema-Tijuca e 2-Botafogo-Pavuna, esta praça, popularmente conhecida como do Russel, está situada no bairro da Glória e é, em realidade, formada por duas praças, de nomes oficiais Praça Juarez Távora e Praça Luís de Camões. Seu nome vem da praia do Russel, que existia onde hoje se encontra o Hotel Glória e cercanias, e seria uma continuação da praia do Flamengo que na época da fundação da cidade se chamava Uruçu-mirim. Este local foi palco da batalha que resultou na expulsão dos franceses do Rio de Janeiro e na qual Estácio de Sá foi ferido.
Em volta da praça do Russel, as fachadas dos prédios formam um bem preservado conjunto art-decô, e nela foi construído o Hotel Glória, o primeiro hotel de luxo da cidade, no momento desativado para reformas (ago15). Atualmente, esta praça é um local de encontro de crianças e idosos do bairro e abriga, nos sábados, uma feira de produtos agrícolas ecologicamente cultivados.
Praça Onze
A Praça Onze não é, em realidade, uma praça, mas sim uma extensa área próxima ao Campo de Santana (e consequentemente à Praça da República ), atualmente com algumas avenidas (Av. Presidente Vargas, Av. Trinta e Um de Março – viaduto que passa pelo Sambódromo e liga o Túnel Santa Bárbara ao Viaduto São Pedro -, Av. Mém de Sá e Av. Salvador de Sá) e inúmeras ruas (rua de Santana, rua Marquês de Pombal, Rua Frei Caneca, Rua General Caldwell, Rua Marquês de Sapucaí, Rua do Riachuelo, Rua Frederico Silva, Rua Benedito Hipólito, Rua Frederico Silva, Rua Júlio do Carmo, Rua Afonso Cavalcanti, Rua Carmo Neto, Rua Correia Vasques, Rua Anibal Benévolo e Rua Néri Pinheiro, entre outras).
No passado denominada Rossio Pequeno e posteriormente Praça Onze de Junho (data da Batalha Naval do Riachuelo, na Guerra do Paraguai), esta área tornou-se, nas primeiras décadas do séc. XX, o local mais cosmopolita do Rio de Janeiro. Em suas redondezas misturaram-se imigrantes espanhóis, italianos e judeus de várias procedências com milhares de negros, na maioria oriundos da Bahia, os quais transformaram a Praça Onze em reduto de sambistas e o primeiro espaço para os desfiles das primeiras escolas de samba (daí se originaram as famosas “tias baianas”, que até hoje são lembradas nos desfiles das escolas de samba, representadas pela ala das baianas, quesito obrigatório nos desfiles).
O progresso do período pós-guerra trouxe a modernização do centro da cidade; a praça foi extinta com a demolição do casario então existente para que fosse aberta a Av. Presidente Vargas .
Praça Nossa Senhora da Conceição
Na época colonial, a ocupação urbana do Rio de Janeiro começou nas áreas mais elevadas, que ofereciam proteção contra ataques de corsários e estrangeiros: Morro do Castelo, Morro de Santo Antônio, Morro de São Bento e Morro da Conceição. Esta praça está localizada no alto do Morro da Conceição (ao lado da praça Mauá), onde se encontram a Fortaleza da Conceição, o Observatório do Valongo e o Palácio Episcopal, atualmente ocupado pelo Serviço Geográfico do Exército.
De nome oficial Praça Major Valô, não é um local que pode ser considerado como 'praça' pois não possuí bancos ou coretos nem área para a diversão de crianças. Melhor seria ser intitulada de Largo. Nela se encontram as ruas Jogo da Bola e a Ladeira João Homem – principais vias de acesso do Morro da Conceição.
Não muito arborizada, esta praça fica no platô central do Morro da Conceição e é rodeada por casarios construídos entre o final do século XIX e início do XX e, em sua parte central ergue-se uma imagem em mármore de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do lugar, sobre pedestal em concreto, em detalhes azuis e brancos.
Seu nome deriva do Morro da Conceição, cuja história começa lá pelos idos de 1582, época da construção, na área da atual Praça Mauá, de uma pequena ermida dedicada a Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal. Mais tarde, em 1590, o morro foi doado para os Beneditinos e a capela derrubada para o início da construção do Mosteiro de São Bento. Como na época uma igreja não podia ser simplesmente, derrubada, a ermida foi transferida para o morro em frente, que passou a se chamar Morro da Conceição.
Praça Tiradentes
Esta praça está situada num ponto movimentado do centro da cidade do RJ, na confluência da Av. Passos, rua do Teatro, rua Sete de Setembro, rua da Carioca, rua Pedro I, rua Visconde do Rio Branco, rua da Constituição e rua Gonçalves Ledo, e nas proximidades da rua do Lavradio. Tinha como nome original Largo do Rossio Grande, depois Campo dos Ciganos (numa de suas faces laterais um terreno desocupado era aproveitado pelos ciganos para o mercado de cavalos).
Nela, em 1747, foi erguida a pequena Igreja de Nossa Senhora da Lampadosa (na porta desta igreja, localizada na esquina da Av. Passos com a Rua Senhor dos Passos, Tiradentes teve seus últimos momentos de recolhimento, a caminho da forca), e o local passou a ser conhecido como Campo da Lampadosa, dando origem à Rua da Lampadosa, atual Rua Luís de Camões.
Em 1808 passou a ser conhecida como Campo do Polé (ao ser construído no local um pelourinho – polé); em 1821 (?) como Praça da Constituição (por ocasião do juramento da Constituição do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves), e finalmente em 1890, com a proximidade do primeiro centenário da morte de Joaquim José da Silva Xavier, passou a se chamar Praça Tiradentes, local onde se diz ter sido enforcado o grande mártir da Revolução Mineira. Em realidade, não foi exatamente na Praça Tiradentes e muito menos em Minas Gerais que Tiradentes morreu. O local exato da execução ficaria a algumas centenas de metros da atual Praça Tiradentes, mais precisamente no que hoje é a esquina da Av. Passos com Rua Buenos Aires.
O nome atual desta praça homenageia Joaquim José da Silva Xavier (1746-21de abril de 1792), nascido entre São João Del Rei e São José Del Rei (atual Tiradentes) apelidado de Tiradentes pela habilidade com que arrancava e colocava novos dentes feitos por ele mesmo, com grande arte. Em 1787, desgostoso com a riqueza que se ia para Portugal e com a miséria que ficava, Tiradentes encontrou pessoas que tinham idéias de separar o Brasil de Portugal. Logo depois, juntou-se aos Inconfidentes de Vila Rica.
Preso por sua ligação com a Conjuração Mineira, foi submetido a vários interrogatórios e forçado pelas circunstâncias — todos os seus colegas o apontaram como líder do movimento — acabou assumindo o envolvimento. Condenado, morreu enforcado em 21 de abril de 1792. Após a execução, seu corpo foi esquartejado e cada pedaço enviado para lugares onde ele tivesse pregado suas idéias libertárias.
Praça XV de Novembro
Esta praça teve origem no aterro realizado em local onde antes coexistiam pequenas lagoas, charcos, pântanos, mangues e trechos de mar. Era um largo situado diante da ermida de Nossa Senhora do Ó - nome provindo das antífonas cantadas nas cerimônias religiosas que louvavam a Virgem Maria começando pela exclamação Oh ! - onde se instalaram os primeiros carmelitas e que já fora ocupada pelos beneditinos.
O largo chamava-se do Rossio ou Rossio do Carmo, mas para povo era o Terreiro da Polé, pois lá se encontrava o pelourinho (onde estava instalado o tronco, instrumento de tortura para castigar os negros), ou ainda Terreiro do Ferreiro de Polé, pois nele havia o único ferreiro das proximidades. Onde era a ferraria, ergueu-se mais tarde a casa dos Teles, cujo arco e fachada de uma delas, a do centro, chegaram a nossos dias. A praça estendia-se da Rua Direita (hoje Rua Primeiro de Março) à Igreja de São José, que ficava junto ao mar, próximo ao mercado.
Neste extenso areal à beira mar - local do antigo Porto do Rio -, em 1700, o Governo do Rio de Janeiro adquiriu dos padres carmelitas as casas do lugar, e instalou os armazéns reais. Em 1723 foi concluída, no largo, a construção da Casa dos Vice-Reis, sede do governo (deve-se a denominação “casa” ao fato de ser proibida a designação de “palácio”, reservada apenas às residências régias), e um chafariz em 1752 (?), projeto de Mestre Valentim.
Em 1808 com a chegada da família real portuguêsa, a casa transformou-se em Paço Real e a praça que adquiriu o nome de Largo do Paço passou a testemunhar importantes momentos da história do Brasil, como O Dia do Fico, as coroações de D.Pedro I e de D.Pedro II, a Abolição da Escravatura e, em 1889, o comunicado de deposição do imperador Pedro II e a extradição de sua família e auxiliares. Desta forma, o Largo do Paço abrigou de 1743 a 1889 o poder central, não só da cidade do Rio de Janeiro, como também em âmbito nacional, quando se sucederam três períodos de Governo - Colônia, Império e República - tendo o Rio de Janeiro como capital.
Algumas informações colhidas em: www.maisrio.com.br e
www.riodejaneiroaqui.com