Turismo doméstico: Aeroporto- Foto Freepick

Turismo doméstico impulsiona economia em R$ 22,8 bilhões

O turismo doméstico brasileiro voltou a demonstrar sua força e relevância para a economia nacional. Segundo dados recentes da PNAD Contínua: Turismo, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério do Turismo, o setor movimentou R$ 22,8 bilhões em 2024, impulsionado especialmente pelas viagens de lazer.
Os números refletem não apenas uma retomada sólida do setor após os anos de instabilidade, mas também uma mudança de comportamento do viajante brasileiro, que tem redescoberto o prazer de explorar o próprio país.


O novo retrato do turismo doméstico no Brasil

Mais de 60 milhões de brasileiros realizaram pelo menos uma viagem dentro do território nacional ao longo de 2024. As regiões Nordeste e Sudeste continuam liderando como principais destinos, com cidades como Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu entre as mais procuradas.

O turismo doméstico se consolidou como um dos pilares da economia criativa brasileira, gerando emprego, renda e oportunidades para pequenos empreendedores. Hotéis, pousadas, restaurantes e agências de receptivo sentiram o impacto positivo do aumento na demanda, que também refletiu em maior arrecadação municipal e estadual.

De acordo com o levantamento do IBGE, as viagens de lazer representaram 58% de todas as deslocações, seguidas pelas viagens familiares (23%) e de negócios (12%). A tendência mostra um brasileiro mais disposto a investir em experiências culturais, gastronômicas e de contato com a natureza.


Fatores que impulsionam o crescimento das viagens internas

Entre os principais fatores que explicam o avanço do turismo doméstico, especialistas destacam:

  • Melhoria da conectividade aérea e aumento de rotas regionais;

  • Crescimento das plataformas de hospedagem alternativas, como aluguel por temporada;

  • Campanhas governamentais de incentivo ao turismo interno, com foco em sustentabilidade e acessibilidade;

  • E um novo perfil de consumidor, que busca autenticidade e experiências locais.

A secretária nacional de Políticas de Turismo, Ana Carla Moura, afirmou em nota oficial que “o fortalecimento do turismo interno é estratégico, porque mantém a renda dentro do país, dinamiza a economia regional e amplia a visibilidade dos nossos destinos”.
A íntegra da pesquisa pode ser consultada no site oficial do Ministério do Turismo.


O lazer como motor da economia

O lazer foi o grande protagonista da retomada. Destinos de praia, montanha e interior registraram taxas médias de ocupação superiores a 80% em feriados prolongados e períodos de férias.
A procura por destinos de natureza e ecoturismo — como Chapada dos Veadeiros, Bonito, Lençóis Maranhenses e Serra da Canastra — também cresceu significativamente.

Além disso, o turismo doméstico vem se tornando um vetor de valorização cultural. Ao explorar tradições locais, festas regionais e roteiros históricos, o visitante contribui diretamente para a preservação da identidade brasileira.

Segundo dados do Observatório de Turismo Nacional, cada real gasto em atividades turísticas dentro do país gera, em média, R$ 2,80 adicionais na economia local, movimentando setores como transporte, alimentação, artesanato e entretenimento.


Setor de hospedagem e o efeito dominó

Com o aumento das viagens, a rede hoteleira teve que se adaptar. Pousadas familiares, resorts e hotéis de médio porte investiram em digitalização, gestão sustentável e qualificação de pessoal.
A busca por experiências personalizadas e por hospedagens mais intimistas fez surgir novas opções de turismo rural, glamping e hospedagens em comunidades tradicionais.

Como destaca o portal Visite o Brasil, o viajante nacional tem dado preferência a locais que ofereçam conforto, autenticidade e segurança, mas sem abrir mão do bom custo-benefício. Essa tendência reforça o papel das pequenas e médias empresas como alicerce da hospitalidade brasileira.


Perspectivas para 2025: consolidação e oportunidades

A expectativa do Ministério do Turismo é que 2025 mantenha o ritmo de crescimento, impulsionado pela estabilidade econômica e pelo fortalecimento das políticas públicas do setor.
Entre os projetos em andamento estão o Plano Nacional de Turismo Sustentável e o incentivo a roteiros integrados entre estados, facilitando a circulação de turistas e ampliando o tempo de permanência nos destinos.

Especialistas acreditam que, com investimento em infraestrutura, marketing e capacitação profissional, o Brasil pode se tornar referência em turismo doméstico sustentável na América Latina.

A ministra do Turismo, Celso Sabino, reforçou em entrevista recente que “cada real investido em turismo retorna em múltiplos para a economia nacional. Apostar no turismo interno é investir no futuro do Brasil”.


Um convite à redescoberta

Mais do que uma alternativa econômica, o turismo doméstico representa uma oportunidade de reconexão. Viajar pelo Brasil é revisitar a própria identidade nacional, descobrir sotaques, sabores e paisagens que muitas vezes passam despercebidas.

A nova geração de viajantes tem entendido que conhecer o país é também valorizar suas raízes e contribuir para um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável.

Compartilhe com os amigos