O mapa do turismo brasileiro acaba de ganhar novos contornos. O projeto Brasil, essa é a nossa praia!, desenvolvido pelo Ministério do Turismo (MTur) em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), divulgou o resultado da chamada pública que selecionou 210 iniciativas de turismo responsável em todo o país.

Mais do que uma simples listagem de projetos, o novo mapa propõe uma virada cultural: reconhecer práticas sustentáveis, sociais e comunitárias que estão ajudando a redefinir a forma como viajamos e como os destinos se apresentam ao mundo.

O que é o Mapa do Turismo Responsável

O mapa do turismo funciona como uma vitrine oficial para ações que promovem um turismo mais consciente e sustentável. Ele reúne destinos, empreendedores, comunidades e gestores públicos que atuam com base em valores como responsabilidade ambiental, inclusão social e valorização cultural.

Criado como um instrumento de planejamento e reconhecimento, o mapa tem a missão de conectar boas práticas e incentivar novos projetos. A ideia é simples: tornar visíveis as iniciativas que fazem a diferença — da gestão de resíduos em praias ao fortalecimento de comunidades ribeirinhas e indígenas.

Segundo o Ministério do Turismo, o objetivo central é construir um turismo mais humano e sustentável, que valorize o patrimônio natural e cultural brasileiro sem abrir mão da responsabilidade coletiva.
Ministério do Turismo

A seleção das 210 iniciativas

A chamada pública recebeu centenas de inscrições vindas de todos os estados brasileiros. Destas, 210 foram aprovadas e agora passam a integrar oficialmente o mapa do turismo até novembro de 2025.

Os projetos contemplam diferentes frentes, incluindo:

• Turismo sustentável e ecológico, com foco na conservação ambiental;

• Base comunitária e etnoturismo, valorizando tradições locais e saberes ancestrais;

• Acessibilidade e diversidade, abrindo espaço para inclusão e respeito às diferenças;

• Segurança turística, fortalecendo a confiança do visitante;

• Gestão participativa, envolvendo comunidades e governos locais.

A iniciativa é vista como um marco para a política pública de turismo no Brasil, porque reconhece práticas que antes passavam despercebidas. Muitas delas são lideradas por pequenos grupos ou comunidades que encontraram no turismo um caminho de transformação social e econômica.

Por que o novo mapa do turismo importa

A criação de uma ferramenta como o mapa do turismo vai além de catalogar destinos: ela cria parâmetros de credibilidade e pertencimento. Para os municípios, significa ter reconhecimento nacional e maior visibilidade para atrair visitantes, recursos e investimentos.

Já para o viajante, representa informação segura e atualizada sobre lugares comprometidos com boas práticas. E, para o país, é um passo estratégico para consolidar o turismo como vetor de desenvolvimento responsável — em sintonia com a Agenda 2030 da ONU.

Além disso, o mapa reforça uma nova visão do setor: o turismo como ponte entre economia e cidadania, entre lazer e consciência ambiental. Essa mudança de paradigma vem sendo debatida há anos por especialistas, mas agora ganha forma concreta com o apoio institucional e técnico do MTur e da UFRN.

Impactos culturais e sociais

A inclusão de novas iniciativas no mapa do turismo tem um impacto direto sobre a forma como o Brasil se apresenta ao mundo. Ao valorizar experiências locais, o projeto ajuda a fortalecer o sentimento de pertencimento das comunidades e estimula o orgulho regional.

Em comunidades litorâneas, por exemplo, o turismo responsável vem promovendo educação ambiental, geração de renda e proteção de ecossistemas frágeis. Já em regiões rurais e interioranas, tem incentivado a preservação de tradições culturais, como festas populares, culinária e artesanato.

Essa abordagem humanizada e descentralizada cria uma narrativa de país mais autêntico e diverso — uma característica que diferencia o Brasil no cenário global.

Um turismo que reflete quem somos

O grande mérito do mapa do turismo é justamente transformar boas ideias em referências oficiais. Projetos simples, como a revitalização de uma trilha ecológica ou a criação de um roteiro acessível, passam a ter reconhecimento público e podem inspirar outras regiões.

E mais: o mapa não se limita às praias e cartões-postais. Ele abrange territórios espirituais, culturais e naturais que, muitas vezes, estão fora das rotas tradicionais, mas guardam histórias poderosas e formas de acolher que encantam o visitante.

Para quem busca viagens com propósito, essa é uma ferramenta que facilita escolhas e reforça o sentido de responsabilidade compartilhada — tanto de quem visita quanto de quem recebe.

Como o leitor pode participar dessa transformação

O turismo responsável começa em cada decisão. Escolher destinos que fazem parte do mapa do turismo é apoiar comunidades que trabalham para preservar o meio ambiente e promover uma economia mais justa.

Outra forma de contribuir é valorizar o turismo nacional, redescobrindo o Brasil com novos olhos — não apenas como turista, mas como participante de uma rede que protege, educa e inspira.

O site Visite o Brasil reúne diversas sugestões de roteiros e experiências culturais que se alinham a essa proposta, convidando o viajante a conhecer destinos com alma, história e respeito pela natureza.

Conclusão

O mapa do turismo é mais do que uma ferramenta de gestão: é um espelho de quem queremos ser como nação turística. As 210 iniciativas selecionadas pelo projeto Brasil, essa é a nossa praia! são exemplos de que é possível crescer sem destruir, acolher sem explorar e celebrar sem esquecer o que realmente importa.

O futuro do turismo brasileiro será moldado por esses gestos — grandes e pequenos — que unem desenvolvimento, cultura e consciência. E se há um mapa que vale a pena seguir, talvez seja justamente esse: o da responsabilidade compartilhada.