Lavagem do Bomfim - Baianas participando da festa tradicional da Bahia

Lavagem do Bomfim poderá não acontecer em 2024 ?

Crise na maior Festa Religiosa da Bahia:

Ameaças à realização da Lavagem do Bomfim em 2024, diante de uma intensa batalha que está em curso entre uma pequena facção devocional liderada pelo Juiz e a Igreja Católica, colocando em risco o acontecimento da maior festa religiosa da Bahia. A seguir, vamos entender o que está ocorrendo sobre esse assunto preocupante.

Intervenção e eleições conflituosas

No início de 2023, uma série de atos provocados por um grupo minoritário, liderado pelo Juiz da Devoção do Nosso Senhor do Bonfim, desencadeou uma verdadeira guerra dentro da irmandade, o que pode surtir um efeito negativo sobre a realização da maior festa religiosa do Brasil, a Lavagem do Bomfim. O Reverendíssimo Cardeal D. Sérgio da Rocha tomou uma decisão crucial ao designar uma comissão de intervenção, liderada pelo padre Abel, pároco da Catedral Basílica. Após 90 dias, eleições abertas foram realizadas, resultando na eleição de uma nova liderança com 72% dos votos. O grupo liderado pelo Juiz optou por não participar do processo eleitoral.

Liminar Judicial desafia decisão da comissão

A uma semana da posse da nova gestão, uma liminar judicial surgiu, reinstaurando o antigo Juiz deposto pela intervenção do Cardeal para liderar novamente a irmandade. Este retorno, por meio de uma liminar, provocou imediatamente o caos nas relações entre a Irmandade e a Igreja.

O Juiz reinstaurado convocou uma reunião extraordinária, prevista para destruir hábitos e costumes da organização centenária, aprofundando a guerra interna na irmandade e distanciando-a do poder central da Igreja Católica na Bahia. Com isso, ficam as dúvidas sobre a realização ou não da festa da Lavagem do Bomfim em 2024 .

A realização da festa ocorre sempre na segunda quinta-feira do mês de janeiro de cada ano. Sendo assim, caso ainda ocorra no próximo ano, a Lavagem do Bonfim será comemorada no dia 11 de janeiro/2024

A intervenção do Cardeal D. Sérgio

O Cardeal D. Sérgio, um dos oito ministros do Papa Francisco, buscou uma audiência com o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia. Sua intenção foi sensibilizar as autoridades sobre o acordo entre o Brasil e o Vaticano, bem como a vigência do Direito Canônico nessas relações. Ele alertou para o grave problema que certamente envolverá a CNBB e a Santa Sé. Aguarda-se o julgamento de um agravo, impetrado por um advogado da arquidiocese, que poderá restabelecer a paz e a harmonia ao devolver o comando da Irmandade à sua maioria, eleita legalmente após a intervenção do Reverendíssimo Cardeal Primaz do Brasil.

Reações da comunidade devocional

A decisão da justiça em favor do antigo Juiz provocou uma onda de descontentamento dentro da comunidade devocional. Muitos fiéis expressaram sua insatisfação nas redes sociais e em manifestações públicas, questionando a legitimidade da liminar que reverteu o processo eleitoral. A incerteza sobre o futuro da irmandade e da celebração religiosa anual aumentou, gerando ansiedade entre os devotos que há décadas participam ativamente desses rituais, inclusive a tradicional Lavagem do Bomfim.

Impacto nas Tradições Centenárias: Lavagem do Bomfim

A convocação da reunião extraordinária pelo Juiz reinstaurado suscita preocupações significativas sobre o destino das tradições centenárias da irmandade. Há temores de que as mudanças propostas possam alterar irreversivelmente a identidade e os rituais que caracterizam a maior festa religiosa da Bahia, como a Lavagem do Bomfim. Membros mais antigos da irmandade expressaram seu receio de que a contenda atual possa deixar cicatrizes duradouras na coesão e na herança espiritual que têm sido preservadas ao longo dos anos.

O papel da CNBB e a atenção da Santa Sé

A crise na irmandade ganhou proporções que ultrapassam as fronteiras locais, atraindo a atenção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Santa Sé. O Cardeal D. Sérgio, ao alertar para as possíveis ramificações do conflito, destaca a importância de se considerar o impacto internacional dessas disputas internas. A resolução do agravo impetrado pela arquidiocese não apenas tem implicações locais, mas também pode influenciar a imagem e a relação da Igreja Católica com a comunidade global.

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